“Pedimos somente um pouco de ordem para nos proteger do caos. Nada é mais doloroso, mais angustiante do que um pensamento que escapa a si mesmo, idéias que fogem, que desaparecem apenas esboçadas, já corroídas pelo esquecimento ou precipitadas em outras, que também não dominamos. (...) Perdemos sem cessar nossas idéias. É por isso que queremos tanto nos agarrar a opiniões prontas. Nossas opiniões são feitas de tudo isso. Mas a arte, a ciência, a filosofia exigem mais... O que define o pensamento, as três grandes formas do pensamento, a arte, a ciência e a filosofia, é sempre enfrentar o caos, traçar um plano, esboçar um plano sobre o caos. (...) A filosofia quer salvar o infinito fazendo surgir conceitos. A ciência, ao contrário, renuncia ao infinito para definir estados de coisas com suas funções. A arte quer recriar o infinito através de compostos de sensações. Pensar é pensar por conceitos, ou então por funções, ou ainda por sensações, e um desses pensamentos não é melhor que o outro.” (trecho do livro O que é a Filosofia?, de Gilles Deleuze, pp. 253-261)
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
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